23 de jul. de 2013

Resenha: O Senhor da Chuva, André Vianco

Nome original: O Senhor da Chuva
Data de lançamento: 2001
Gênero: Ficção fantástica/terror
Editora: Novo Século 
Número de páginas: 268
Sinopse:Um anjo perseguido, para não ser destruído, possui o corpo de um ser humano agonizante. Assim, o anjo quebra uma regra sagrada que dá direito aos demônios de evocarem uma guerra desigual que poderá desencadear a destruição de todos os anjos de luz da terra. Agora, os dois exércitos estão furiosos, transformando as tranquilas pastagens de belo verde num funesto campo de batalhas onde espadas que parecem chamas, e olhos que parecem brasas, darão o tom nesta misteriosa aventura sobrenatural, repleta de batalhas, mergulhadas no mundo dos anjos, dos vampiros e dos demônios.


O Senhor da Chuva é um dos primeiros livros do autor de fantasia nacional, o paulista André Vianco. O escritor é aclamado principalmente pelas suas obras que viraram grandes best-sellers e colheram milhares de fãs pelo Brasil: “Os Sete” e “O Sétimo”. Ambas as obras que eu ainda não li. Minha experiência com Vianco se iniciou em O Senhor da Chuva, embora eu soubesse que meus amigos, fãs assumidos da obra vampiresca do autor, me recomendavam muito Os Sete.

O Senhor da Chuva não fala sobre a temática característica e vampiresca de Vianco, e sim sobre anjos, o que de fato aguçou minha curiosidade. Não é segredo para ninguém o quanto eu gosto de mitologia hebraico-cristã, em especial a do Spohrverso. Quando fui em busca de uma obra de Vianco para ler, a única disponível na livraria era O Senhor da Chuva; então uni o útil ao agradável, e aceitei mergulhar no universo do Anjo Thal e da Batalha Negra.

A história do livro começa em São Paulo, onde conhecemos Gregório, um esperto traficante de drogas que, a todo custo, deseja se dar bem, para sair de uma vez por todas do mundo do tráfico de drogas (e não do consumo), e levar consigo seu pupilo Renan. Thal, por sua vez, é um anjo da guarda que protege uma velhinha comum e trabalhadora, vizinha de Gregório. As vidas dessas duas figuras se coincidem, graças a uma sucessão de coisas que dão errado numa  empreitada perigosa de Gregório. Parar ganhar dinheiro, o traficante resolve passar a perna em um cliente: a partir daí, os acontecimentos deslancham de maneira caótica.

Os traficantes e os vilões da trama estão sempre em companhia de demônios, bem como as pessoas do bem são acompanhadas pelos anjos de luz. O caminho de Gregório e Thal cruzam-se de tal maneira que, encurralado, Thal comete um deslize que dá direito ao Exército das Trevas de convocar uma Batalha Negra: a mais sanguinária e desleal de todas.

A Batalha Negra corre de maneira desesperadora. A história dá muitas reviravoltas, colocando em risco, o tempo todo, aquelas pessoas para quem você torce: a empatia com os personagens acontece justamente por eles serem tão comuns quanto nós somos. Embora a Batalha Negra não seja explicada com a clareza que eu gostaria, a tensão que provém dela ainda é arrepiante: As lutas são fortes e a colisão dos mundos é interessante: não é uma batalha entre anjos e demônios, mas vampiros também. Fiquei feliz de encontrar vampiros em caixões e tementes à luz do sol...

Não tenho como contar muito sobre o enredo sem acabar soltando algum spoiler comprometedor. Mas, adiantando as minhas impressões sobre o livro, O Senhor da Chuva me pareceu com as histórias que meu pai e avô gostam/gostavam nos contar. O cenário imaginado durante a leitura foi o seguinte: eu e meus primos, sentados ao redor do palestrante, num sítio, fazenda ou chácara em que estivéssemos, e a história sanguinária e empolgante sendo contada por horas e mais horas a fio. Digo que imaginei uma fazenda pois as cenas mais legais deste livro se passam num milharal, sendo este o único elemento da capa do livro que me agradou de fato.

Para quem gosta de uma pancadaria literária, recomendo as cenas de lutas. Para quem gosta de sangue para todos os lados, também.  Para quem gosta de histórias de terror clássicas de família, é uma viagem e tanto. Admito que gosto muito dessas coisas (ficção fantástica é vida, migs), mas também sou obrigada a confessar (não me matem, amigos) que o livro me decepcionou um pouco. Eu esperava mais do meu primeiro contato com Vianco,  e O Senhor da Chuva merecia uma profundidade maior. Acho que dava muito pano para manga, se a história fosse mais explorada. A narração do escritor vacilava um pouco durante a leitura: ora era excepcional, de um mestre; ora era simplória.

Quanto ao trabalho da editora no produto final: faltou revisão. A capa da minha edição não é das mais bonitas, também. É triste dizer que foi a minha primeira leitura de fato decepcionante do ano, mas continuo querendo ler os grandes sucessos do pai da literatura de terror, no Brasil. Acredito e espero que minhas próximas experiências sejam melhores e inesquecíveis. 

by: Larissa 

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