Data de lançamento: 2001
Gênero: Ficção fantástica/terror
Editora: Novo Século
Número de páginas: 268
Sinopse:Um anjo perseguido, para não ser destruído, possui o corpo de um ser humano agonizante. Assim, o anjo quebra uma regra sagrada que dá direito aos demônios de evocarem uma guerra desigual que poderá desencadear a destruição de todos os anjos de luz da terra. Agora, os dois exércitos estão furiosos, transformando as tranquilas pastagens de belo verde num funesto campo de batalhas onde espadas que parecem chamas, e olhos que parecem brasas, darão o tom nesta misteriosa aventura sobrenatural, repleta de batalhas, mergulhadas no mundo dos anjos, dos vampiros e dos demônios.
O Senhor da Chuva é um dos primeiros livros do
autor de fantasia nacional, o paulista André Vianco. O escritor é aclamado
principalmente pelas suas obras que viraram grandes best-sellers e colheram
milhares de fãs pelo Brasil: “Os Sete” e “O Sétimo”. Ambas as obras que eu
ainda não li. Minha experiência com Vianco se iniciou em O Senhor da Chuva,
embora eu soubesse que meus amigos, fãs assumidos da obra vampiresca do autor,
me recomendavam muito Os Sete.
O Senhor da Chuva não fala sobre a temática
característica e vampiresca de Vianco, e sim sobre anjos, o que de fato aguçou
minha curiosidade. Não é segredo para ninguém o quanto eu gosto de mitologia
hebraico-cristã, em especial a do Spohrverso. Quando fui em busca de uma obra
de Vianco para ler, a única disponível na livraria era O Senhor da Chuva; então
uni o útil ao agradável, e aceitei mergulhar no universo do Anjo Thal e da
Batalha Negra.
A história do livro começa em São Paulo, onde
conhecemos Gregório, um esperto traficante de drogas que, a todo custo, deseja
se dar bem, para sair de uma vez por todas do mundo do tráfico de drogas (e não
do consumo), e levar consigo seu pupilo Renan. Thal, por sua vez, é um anjo da
guarda que protege uma velhinha comum e trabalhadora, vizinha de Gregório. As
vidas dessas duas figuras se coincidem, graças a uma sucessão de coisas que dão
errado numa empreitada perigosa de
Gregório. Parar ganhar dinheiro, o traficante resolve passar a perna em um
cliente: a partir daí, os acontecimentos deslancham de maneira caótica.
Os traficantes e os vilões da trama estão
sempre em companhia de demônios, bem como as pessoas do bem são acompanhadas
pelos anjos de luz. O caminho de Gregório e Thal cruzam-se de tal maneira que,
encurralado, Thal comete um deslize que dá direito ao Exército das Trevas de
convocar uma Batalha Negra: a mais sanguinária e desleal de todas.
A Batalha Negra corre de maneira
desesperadora. A história dá muitas reviravoltas, colocando em risco, o tempo
todo, aquelas pessoas para quem você torce: a empatia com os personagens
acontece justamente por eles serem tão comuns quanto nós somos. Embora a
Batalha Negra não seja explicada com a clareza que eu gostaria, a tensão que
provém dela ainda é arrepiante: As lutas são fortes e a colisão dos mundos é
interessante: não é uma batalha entre anjos e demônios, mas vampiros também. Fiquei
feliz de encontrar vampiros em caixões e tementes à luz do sol...
Não tenho como contar muito sobre o enredo sem
acabar soltando algum spoiler comprometedor. Mas, adiantando as minhas
impressões sobre o livro, O Senhor da Chuva me pareceu com as histórias que meu
pai e avô gostam/gostavam nos contar. O cenário imaginado durante a leitura foi
o seguinte: eu e meus primos, sentados ao redor do palestrante, num sítio,
fazenda ou chácara em que estivéssemos, e a história sanguinária e empolgante
sendo contada por horas e mais horas a fio. Digo que imaginei uma fazenda pois
as cenas mais legais deste livro se passam num milharal, sendo este o único
elemento da capa do livro que me agradou de fato.
Para quem gosta de uma pancadaria literária,
recomendo as cenas de lutas. Para quem gosta de sangue para todos os lados,
também. Para quem gosta de histórias de
terror clássicas de família, é uma viagem e tanto. Admito que gosto muito
dessas coisas (ficção fantástica é vida, migs), mas também sou obrigada a
confessar (não me matem, amigos) que o livro me decepcionou um pouco. Eu
esperava mais do meu primeiro contato com Vianco, e O Senhor da Chuva merecia uma profundidade
maior. Acho que dava muito pano para manga, se a história fosse mais explorada.
A narração do escritor vacilava um pouco durante a leitura: ora era
excepcional, de um mestre; ora era simplória.
by: Larissa
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