8 de abr. de 2018

Resenha: Vulgo Grace, Margaret Atwood


Editora: Rocco
Número de páginas: 496
Data de lançamento: Setembro de 1996


Classificação: 

Inspirado num caso real, Vulgo Grace conta a trajetória de Grace Marks, uma criada condenada à prisão perpétua por ter ajudado a assassinar o patrão e a governanta da casa onde trabalhava, na Toronto do século XIX. Com uma narrativa repleta de sutilezas que revelam um pouco da personalidade e do passado da personagem, estimulando o leitor a formar sua própria opinião sobre ela, Atwood guarda as respostas definitivas para o fim. Afinal, o que teria levado Grace Marks a cometer o crime? Ou será que ela estaria sendo vitima de uma injustiça?

          Da mesma autora de "O Conto da Aia" - que deu origem à uma das séries mais aclamadas de 2017, 'The Handmaids Tale' - 'Vulgo Grace' é uma história que me captou a atenção pela primeira vez no ano passado enquanto eu passeava pelas categorias do Netflix. A série baseada na obra, disponível no serviço de streaming, é extremamente fiel ao livro, sem deixar de lado nenhum detalhe importante contado por Grace durante seus encontros com o Dr. Jordan. 

         O livro baseia-se na história real de Grace, uma garota simples e pobre, que acaba envolvida na acusação de assassinato da governanta e do senhorio da casa em que trabalhava. A moça diz que não se lembrar do ocorrido, tendo apenas algumas lembranças perdidas do dia da fatalidade, levantando dúvidas a respeito da sua inocência e de um possível transtorno mental.

          A narrativa oscila entre o ponto de vista da acusada e do Dr. Jordan, um psiquiatra empenhado em entender a mente da possível assassina. Ele se encontra com Grace e tenta instigá-la a revelar detalhes de sua história, tentando entender se pode ter ocorrido uma possível amnésia, ou se ela é apenas uma mentirosa. O mais interessante é que não temos como saber se Grace está contando detalhes verdadeiros de sua vida, ou apenas inventando acontecimentos para justificar sua possível doença mental, como é o caso da sua amizade com Mary Whitney, uma criada com quem Grace se apegou muito, assim como a moral duvidosa do outro empregado da casa dos assassinados, James McDermmond, que também foi acusado de ajudar Grace a matá-los. 

          É um livro cheio de detalhes que te deixam muito próximo da personagem. Sendo verídica ou não, sua história de vida comove e, assim como o Dr. Jordan, nos sentimos atraídos e instigados a entender o que pode ter acontecido com Grace que a levou a cometer tal ato. Cada parte de sua história é importante para compreendermos uma possível doença ou até mesmo um episódio de crueldade. Cabe a cada leitor, individualmente, criar suas teorias, com um final capaz de te deixar horas e horas pensando no que a autora quis dizer. Eu mesma, o li várias vezes para confirmar o que eu tinha em mente.

          Foi minha melhor leitura do ano até agora, e mesmo já tendo assistido a série, consegui aproveitar cada parágrafo como se fosse uma nova história. Recomendo fortemente a todos, não só aqueles que já se deliciaram com o fenomeno 'The handmaids tale". Depois venham me contar se acham Grace apenas uma vítima das circunstancias ou uma assassina tentando se safar. 

Por: Mariane

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