Editora: Arqueiro
Sinopse: Ninguém sabe ao certo quem é o herói ou o vilão desse fascinante universo criado por Patrick Rothfuss. Na realidade, essas duas figuras se concentram em Kote, um homem enigmático que se esconde sob a identidade de proprietário da hospedaria Marco do Percurso. Da infância numa trupe de artistas itinerantes, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O nome do vento acompanha a trajetória de Kote e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano - os lendários demônios que assassinaram sua família no passado. Quando esses seres do mal reaparecem na cidade, um cronista suspeita de que o misterioso Kote seja o personagem principal de diversas histórias que rondam a região e decide aproximar-se dele para descobrir a verdade. Pouco a pouco, a história de Kote vai sendo revelada, assim como sua multifacetada personalidade - notório mago, esmerado ladrão, amante viril, herói salvador, músico magistral, assassino infame. .
Número de páginas: 651
“Há sete
palavras que farão uma mulher amá-lo”.
Eu
poderia começar essa resenha com qualquer outra frase, qualquer uma de cunho
menos romanceado; no entanto, como boa moça que sou, fiquei com essa dúvida
pairando sobre a minha cabeça durante grande parte do livro: “quais serão essas
7 palavras, pelo amor de Deus?”. Quem dera, Patrick Rothfuss, você só tivesse
dado esse nó na minha cabeça e no meu pobre coração...
Grandes
frases e colocações é o que não falta em O Nome do Vento, livro que me arrancou
suspiros e sorrisos alheios a história, diversas vezes, apenas por ter uma
escrita tão perfeita, complexa e rica. Mas é claro, sorri, chorei, me
emocionei, senti raiva, entre outros sentimentos, não apenas graças a escrita
de Patrick Rothfuss – mas por todo o universo inexplicavelmente impecável
criado pelo autor, que ainda deixa minha cabeça confusa, mas que não deixa de
ser algo extremamente invejável. Mesmo depois de largar o livro, após muito
hesitar, ainda me pergunto como a mente de alguém teve tamanha criatividade
para moldar um mundo com cantos tão amarrados, e desenvolver uma trama tão
impressionantemente pontual ante a todas as suas reviravoltas e aventuras (alá
Tolkien). E, além do mais, criar o nosso herói(?) ruivo Kvothe. Cá entre nós,
apenas Kvothe, com toda a sua desenvoltura para sair de enrascadas e
inteligência superior, seria capaz de criar um personagem como ele mesmo.
Sobre
a história, não há nada muito concreto e linear que eu poderia lhes contar, sem
acabar enchendo-lhes de spoilers desagradáveis. Não há uma ordem cronológica
que possa ser respeitada para isso: de início, nós conhecemos Kote, o dono da
pacata hospedaria Marco do Percurso. No entanto, após eventos estranhos na
cidade de Vintas – e não podemos nos esquecer que tudo se passa no universo
ficcional de Rothfuss –, e a chegada do Cronista na Marco do Percurso,
descobrimos que o hospedeiro na verdade é o lendário Kvothe, o Sem-Sangue.
Kvothe, então, aceita contar a sua história para o cronista em três dias –
então, depois eu percebi o porquê do primeiro livro ser chamado de Primeiro
Dia. Rá.
Neste
primeiro livro, nós descobrimos como foi a sua infância nas ruas de Tarbean e a
sua adolescência na Universidade. E, é claro, as motivações que o fizeram viver
assim. Em determinados momentos, voltamos a acompanhar como andam os
acontecimentos na Marco do Percurso e na cidade de Vintas, que a cada dia se
tornam mais estranhos e turbulentos. Passado e presente dançam numa narrativa deliciosa,
sob uma mitologia muito bem construída e personagens cativantes. Até mesmo a
prepotência de Kvothe pode ser relevada.... Então, como não amar?
A
vida de Kvothe é empolgante nas duas etapas, e estender-me em falar sobre elas
seria um desserviço a quem lê esta resenha: vocês precisam sentir, com a ajuda
da brilhante narração de O Nome do Vento, as angústias e felicidades que Kvothe
sentiu, e misturar-se a trama, tecer suas próprias teorias a respeito do que
está acontecendo... A verdade é que eu mesma já não agüento a ansiedade de
partir para o segundo dia e aproveitar um pouco mais dessa Crônica. Na minha
opinião, que ainda não teve o sucesso que lhe é digno, aqui no Brasil.
Não
digo que é um livro acima do bem e do mal, pois há também seus defeitos. Como
dito acima, a prepotência do personagem principal irrita um pouco, mas não
atrapalha a história. Também não é fácil se adaptar ao universo criado, às suas
moedas, ao seu jeito um tanto quanto medieval, às histórias contadas... Mas
isso é instigante! Espero que nos próximos algumas coisas sejam melhores explicadas, mas isso é quase uma certeza.
Um
livro que lhe força o entendimento. Uma obra que promete muito, pois foge do
que é normal nas fantasias que lemos atualmente: é madura, coerente, inovadora.
Nada é louco demais para acontecer, porque tudo parece de fato possível, sem
ser forçado. Ah, e para quem leva isso em consideração, o livro tem o "selinho George R.R. Martin de qualidade".
Alguma
dúvida? Cinco estrelas!
by: Larissa
Me interessei por esse livro também, outro que parece ser muito bom, só não leio agora por falta de tempo.
ResponderExcluirAdorei o blog, achei diversificado. Beijos.