Minha
mãe conta que eu tinha uns 3 aninhos de idade: estávamos andando no shopping e
eu insistia para pararmos num daqueles quiosques que vendem livros infantis.
Ela, com pressa, jogava aquela conversa de mãe: “mais tarde, filha, mais tarde”.
Sempre fui muito teimosa, e raramente esqueço algo que eu quero muito. Por fim,
mamãe continuou andando pelo shopping, mas depois de um tempo sentiu minha
falta ao seu lado. Desesperada, começou a me procurar pelo shopping. Encontrou-me
pouco tempo depois, estacada no mesmo lugar em que tinha me deixado, olhando aficionada para os livrinhos infantis, todos coloridos e cheios de letrinhas que, desde
aquela época, me encantavam.
Depois
foi quando eu estava começando a me alfabetizar, ainda no prézinho. Meu pai me
perguntou, naquele ano, o que é que eu queria de Dia das Crianças (ou Natal,
foi algo assim), e eu respondi, sem nenhuma preocupação e nenhum peso na consciência
por ter dispensado as bonecas: “quero um livro”. Inclusive, tenho uma foto
minha daquela época que (jamais vai aparecer aqui) eu estava na biblioteca da
escolinha, segurando o livro nas mãos e sorrindo toda orgulhosa.
Já
aos oito anos, na segunda série, minha professora pediu que os alunos fizessem
um texto de descrição de um cenário, que ela estava nos apresentando. O texto
falava sobre uma onça e seu habitat, e eu me lembro de tê-lo produzido com todo
o meu empenho, e mesmo sendo péssima em desenhar, ainda fiz a caverna em que a
onça morava, onde haviam palmeiras e árvores em volta. Eu me lembro dessa história
com certo orgulho, porque a minha professora da segunda série, a Teresa, copiou
meu texto na lousa para os outros alunos verem, corrigindo erros bobos de uma
criança de oito anos. Naquela época, eu já sabia que “havia”, de “haver”, era
com H. Foi aí que nasceu meu sonho de ser escritora.
(Ao lado da casa da onça, havia...)
Nesse
mesmo ano, foi quando eu escrevi o meu primeiro livrinho. Era uma adaptação de
um livro, que contava a história de um ratinho na noite de Natal, sem família e
sem casa, vagando pelas ruas cheias de neve, até que encontrou uma padaria
(onde trabalhava uma outra ratinha) e hospedou-se lá. Eu adaptei a história
como queria, digitei no computador da casa do meu pai (naquela época, eu não
tinha) e ele desenhou o ratinho e seu cachecol numa folha sulfite – essa era a
capa. A história do ratinho errante na noite de Natal foi o primeiro livrinho
que eu li, de fato. Até hoje procuro esse livro por ai.
Essas
são algumas das minhas lembranças mais remotas com relação aos livros. E,
confesso, tenho certo orgulho de constatar que, desde muito novinha, muito
pequenininha, eu já queria saber de me refugiar no mundo da leitura, que na
maioria das vezes, é sempre melhor do que o real. Desde então, não fiquei
somente nos livrinhos infantis: hoje, leio de tudo. Adoro ler. Amo ler! E acho
que, aqueles que torcem o nariz para esse hábito incrível, realmente não sabem
o que estão perdendo. Digo mais: não é só o hábito da leitura – que é o que um
livro nos proporciona –, mas o meu amor por livros vai além: gosto de tê-los,
tocá-los, cheirá-los, às vezes durmo com eles, me encanto por suas edições, rio
e choro em suas páginas. Os livros, como cheguei a mencionar no meu Facebook, são
os meus melhores amigos.
Então,
para você, que assim como eu, tem amor a eles, que tornam nossa vida tão mais
extraordinária: Feliz dia Mundial do Livro!
*A data (23/04), instituída pela
Unesco, é conhecida como Dia Mundial do Livro e Direitos Autorais, e foi escolhida
por representar o aniversário de morte de dois autores importantes no cenário
mundial: William Shakespeare e Miguel de
Cervantes.
Por:
Larissa
Esse dia caiu feito prato cheio para mim, eu estava meio desanimada e ai entre nas redes sociais e me deparei com a notícia, confesso que eu estava bem perdidinha em relação a isso :)
ResponderExcluirFeliz Dia Mundial do Livro :)
Adorei o texto, queria ter começado o hábito da leitura assim cedinho como você. Já te segui de volta tá? E feliz dia do livro pra todos nós!
ResponderExcluirBeijos,
biblioteca-de-resenhas.blogspot.com.br
Muito bonitinha sua história! Também comecei a ler bem pequena.
ResponderExcluirBeijos, Entre Aspas
Ola,
ResponderExcluirPrimeira visitinha no blog *-*
Primeiramente Parabéns pelo dia do livro atrasado kkk
Adorei sua historia de como começou o amor pelos livros, imagina, sua mãe doidinha atras de você no shopping kkkk .
Já minha começou pela minha própria mãe, que dez pequena comprava livros e os lia para mim, depois que aprendi a ler ela começou a me dar vários livros e assim até hoje.
Beijos
CamilaS.
http://resenhandolivrosefilmes.blogspot.com.br/
Oi meninas! Meu Deus, que felicidade ver esse monte de comentários aqui! Que bom que vocês gostaram, de verdade. Esse post foi uma forma de voltar com o blog, já que eu estou completamente sumida. Minha vida tá uma bagunça, mas pretendo voltar a postar aqui e parar de sobrecarregar a Mariane em breve. Eu prometo! Vocês me permitem responder a todas no mesmo comentário?
ResponderExcluirLú: lembrar que os livros sequer existem já é um motivo imenso pra ficar feliz, né? Saber que temos onde nos refugiar, e sair um pouco dessa vida que é um pouco impiedosa, às vezes... Beijo querida!
Mariana Gomes: Oi, Mari! Pois é, mas tu sabia que nem foram meus pais que me incentivaram a ler assim? É algo que já nasceu comigo! Óbvio que meus pais sempre apoiaram, e meu pai também gosta muito de ler (eu ficava pegando as HQ's dele pra ler, quando menor). Não importa o momento, o importante é iniciar a leitura, e depois não parar mais! Obrigada pelo follow. Beijo!
Carla A: Muito obrigada, Carla! Isso é bem legal, não é? Crescer nesse meio, já fascinada por livros... Acho que isso ajudou a construir o meu caráter! KKK Beijo!
Camila Soares: Camila, é um prazer tê-la aqui no Respiramos Livros. O que achou do blog? Apareça mais vezes! Sim, imagine o desespero da minha mãe? KKK Sempre dou risada quando ela conta essa história. E a sua mãe fez muito bem! Acho primordial que sejam os pais a incentivarem seus filhos a ler. O país - o mundo, na verdade - precisa de mais pais com essa consciência. Um beijo enorme, e seu blog é lindo! ;)